9.05.2005

A vida de outras estórias I

Vai, onde me levas tu?
És tu Perseu? És tu que procuras Dánae?

A gare cheia de gente, os cheiros e os sussurros. Perdido e achado, sorrio. Deus?

Desculpe foi engano, disse ela. Era sempre assim em Campanhã!
Para o paraíso. Esgotado? Um destino qualquer? Assim, sem exigências maiores, fica contente com qualqer coisa?

Não, o da felicidade. Espere! Vens também? Disse ele, não acreditando que a resposta tivesse uma grama de positividade!
Ela observou, maliciosamente lambeu os lábios, cieiro, pensou ele!
Partimos. E deus? Quem? Sim, o das metáforas!
A paisagem é urbana, há cinza por todo o lado, não lhe apetecia metaforizar, que cena!

Prazeres? Os arquitectos adormeceram. Olha, os animais, aqueles mais primários, não têm questões, limitam-se a ser...
Cala-te! Sente o silêncio...Mas e Deus existe? Sente, descobriste algum dom? Olha dá-me o teu poema e
abraça-me!

Deixa-me contar-te uma estória de tempo desperdiçado...


(continua)