7.14.2005
Todas as fotografias são da autoria de Mário Rui Araújo.
As excepções serão comunicadas...
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1 Comments:
(FAÇAMOS AO CONTRÁRIO, PONHA LÁ UMA FOTOGRAFIA NISTO!)
O momento vulcânico da paixão, igual
ao tormento mecânico da ilusão se por igual
considerarmos a proximidade idêntica
a olho nu, portanto arbitrária e árbitra,
atinge velocidades especiais na sofreguidão
comum, há espíritos que até conseguem chorar.
Rebentavas com os botões da tua camisa
quando me querias, mas isso já foi
no século passado, cantavas-me canções
e usavas o meu cartão visa, melhor coisa
não havia, it's a wonderful world, cantava
Armstrong, não importava que fosse mentira.
Não, não era normal, embora nunca
tivéssemos chegado a definir o normal,
cada um tinha uma concepção diferente
do amor, da vida, até mesmo da poesia.
Não é normal o fogo diário que espera
mudanças no teu comportamento diário.
Imagina um poeta que escrevesse só
por não ter mais nada que fazer. Ou outro
que pusesse no papel apenas sonhos.
Sem ver esta vida partida ao meio
e julgando a linguagem só um meio
para medir os valores heterogéneos.
Nem isso podes imaginar? É porque
não pensa o tormento diário da paixão,
age. E é dessa agitação a turbulência
de uma respiração que embacia os meus olhos
e mostra lume nas pestanas chamuscadas
pelo ritmo animal dos meus dentes.
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