Dancing in the street

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Mique

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Ness

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Paredes

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Os pequenos vagabundos

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Quando nos sentávamos na sala, nada mais interessava. Desde o início do genérico, com aquela música arrepiante, Cowboy e os seus amigos eram deuses. Deuses do imaginário, dos castelos de bandidos, das grutas descobertas à luz da lanterna. Naquele tempo, a série era importante, mas o divertido, era o que a série nos trazia: um guião de verdadeiras aventuras para brincar na rua!

Hoje, não é fácil uma criança brincar na rua! Hoje, dizem os pais, elas tem pouca imaginação, pois só jogam nas consolas e vêem demasiada televisão.

Talvez, talvez vejam muita televisão, mas acreditem, toda a imaginação está lá. Naqueles cérebros, existem gigantescos vulcões de ideias, à espera de adultos que, hoje mais do que nunca, queiram ser crianças outra vez. Agora que os campos não são seguros, os passeios estão habitados por carros e os jardins tem cada vez mais seringas em vez de estrelas, é preciso que os adultos, ás vezes, se transformem...

Os pequenos vagabundos de hoje são, muitas vezes, os nossos filhos! Cabe-nos a nós sermos as suas aventuras, os seus castelos, as suas grutas de rios subterrâneos. Na nossa geração, o ambiente ajudou-nos e ajudou os nossos pais. Graças a ele, podíamos brincar a tarde toda na rua, ficávamos lá fora até ao cair da noite e corriamos felizes para lavar as mãos quando nos chamavam, pela quinta vez, para jantar. Actualmente, é difícil imaginar essa liberdade.

Estranho, não é? Num mundo mais avançado tecnologicamente, mais livre, mais justo (pelo menos é o que dizem) já não podemos brincar no passeio sozinhos, quanto mais ao cair da noite!

Por isso, os pais tem de arranjar tempo! Esse é o tesouro perdido na ilha dos nossos mares do sul, o tempo! E o mapa desse tesouro está escondido num sítio secreto, cheio de monstros horríveis, barbies cor-de-rosa, ranho amarelo, naves espaciais e muito, muito escuro...esse mapa das nossas aventuras, está escondido...

(to be continued)

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