9.03.2007
6.03.2007
5.28.2007
5.11.2007
5.08.2007
4.10.2007
2.25.2007
2.11.2007
2.10.2007
1.30.2007
1.26.2007
Paulo Porto
©mra
Num qualquer lugar, fora do mundo,
Sonhei ter sonhado o que sonho agora
Sonhei que voltarei a ter o mesmo sonho
Nada se perde neste ir sonhando
Sonhei que sonhavas o que eu sonho.
Num qualquer lugar, fora do mundo,
A onda bate infindavelmente bate
E nela há bosques rostos borboletas
Ardor despojo ilusão despedidas…
(...)
JORGE BUSTAMANTE GARCÍA, n. Zipaquirá, Colômbia, 1951
Tradução HMP
Um beijo de saudade...e uma lua do Sarzedo
Lua do luar da serra,
sol de uma memória.
No teu redondo ostensivo
há estórias
de eiras e lugares.
Alagoas, pinhais, valeiros
tudo iluminaste. Enguias e pontes de pesca,
o obrar no porco, o cantar no rancho.
A casa da madrinha, da Luz, da Rosa,
pétalas de procissão, o batina negra na igreja.
As linhas da serra do Açor numa tarde de verão,
a senhora da serra, o 850, o Toyota, as viagens da memória...
e um pacto quebrado pela ausência, tua...
© mra
1.23.2007
1.21.2007
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO
CANTO DIURNO
No silêncio bebe a sua taça
e é dor o amor enquanto espera,
imagina o desejo de repente
e lentamente olha o olhar do Outro.
Conhecer é amar, disse o divino
Platão ou outro filósofo antigo.
Porém como traçar na sombra
da persiana de luz o esboço
do teu rosto escasso ausente,
se no diurno amor a memória
o faz mais esquecer-se?
Quando Março me dá a nova flor
que abre sem palavras a corola,
eu comparo-a com o amor que eclode
na pupila do olhar em luz e sombra.
Todo o ventre é bendito, tanto
mais o da primavera do cio
de aves e flores. Também o desejo
imaginou a língua sem palavras,
e que é a do som do Canto e dos poemas.
Este diurno Amor está em corpo,
e num e noutro, como o pão partido
no banquete dos convivas silenciosos
que é o de cada um consigo e os outros.
Nenhuma coisa ausente o partilha,
quando as estações do tempo passam
por nós depois da Primavera e param
na longa mesa posta para o Verão.
Tudo é presença aqui, e o tempo é dia.
(Um beijinho para a C, GC e familia)
No silêncio bebe a sua taça
e é dor o amor enquanto espera,
imagina o desejo de repente
e lentamente olha o olhar do Outro.
Conhecer é amar, disse o divino
Platão ou outro filósofo antigo.
Porém como traçar na sombra
da persiana de luz o esboço
do teu rosto escasso ausente,
se no diurno amor a memória
o faz mais esquecer-se?
Quando Março me dá a nova flor
que abre sem palavras a corola,
eu comparo-a com o amor que eclode
na pupila do olhar em luz e sombra.
Todo o ventre é bendito, tanto
mais o da primavera do cio
de aves e flores. Também o desejo
imaginou a língua sem palavras,
e que é a do som do Canto e dos poemas.
Este diurno Amor está em corpo,
e num e noutro, como o pão partido
no banquete dos convivas silenciosos
que é o de cada um consigo e os outros.
Nenhuma coisa ausente o partilha,
quando as estações do tempo passam
por nós depois da Primavera e param
na longa mesa posta para o Verão.
Tudo é presença aqui, e o tempo é dia.
(Um beijinho para a C, GC e familia)